USO DA ECOBRONCOSCOPIA POR VIA ESOFÁGICA (EUS−B) NA ABORDAGEM DE LESÕES MEDIASTINAIS

Autores

  • Luis Guilherme Soares Pereira Akil Universidade Federal do Rio de Janeiro
  • André Welisson Marques de Araújo
  • Carolina Wilbert Baisch
  • Amir Szklo
  • Marcos de Carvalho Beth
  • Maria Clara Simões da Motta Telles Ribeiro
  • Bianca Peixoto Pinheiro Lucena
  • João Pedro Steinhauser Motta

Palavras-chave:

Ecobroncoscopia, Lesões mediastinais, EUS-B

Resumo

INTRODUÇÃO. A ultrassonografia endobrônquica (EBUS) foi introduzida em 2002 para abordagem das lesões mediastinais, especialmente no cenário do câncer de pulmão. Em 2007, foi relatada pela primeira vez a utilização do aparelho de EBUS por via esofágica (EUS−B). Essa estratégia permite alcançar cadeias linfonodais e estruturas adjacentes ao esôfago não abordáveis pela via aérea. Uma vantagem é a maior facilidade de acesso a essas estruturas comparado com o acesso pela via aérea em pacientes com condições respiratórias limítrofes.  OBJETIVOS. Descrever a experiência do serviço de broncoscopia do Instituto de Doenças do Tórax (IDT) da UFRJ na abordagem de estruturas mediastinais por EUS−B. MÉTODOS. Análise retrospectiva através da coleta de dados de prontuário dos casos de EUS−B entre 2021 e 2024 no IDT/UFRJ. Foi utilizado o aparelho de EBUS da Olympus UC−180F e a agulha de EBUS 22 G. Maioria dos exames foi realizada com sedação, acesso via oral. A imagem ultrassonográfica era utilizada para identificação de marcos ultrassonográficos (fígado, átrio, aorta), determinação das cadeias linfonodais e sítios de punção. Inicialmente progredia−se o aparelho até localizar o fígado, tracionando−o cranialmente até encontrar os marcos ultrassonográficos de interesse e estruturas que foram puncionadas.  RESULTADOS. Foram realizados 40 exames de EUS−B e 38 punções aspirativas. As indicações da realização do EUS−B foram: 52,5% − pela localização da lesão; 35% − pela condição clínica limítrofe do paciente (por exemplo, saturação de oxigênio limítrofe, uso de oxigênio ou síndrome de veia cava superior); 10% − por sedação difícil e tosse intensa durante a broncoscopia; 2,5% − por sangramento durante a broncoscopia. Rendimento diagnóstico foi de 73,6%. Desses, a maioria era representada por adenocarcinoma (28,95%) e carcinoma escamoso (13,15%), seguido de metástases de outros sítios (5,2%). Diagnósticos mais raros também foram obtidos: aspergilose, histiocitose, mesotelioma, sinoviossarcoma, tumor torácico indiferenciado com deficiência SMARCA4 e linfadenite granulomatosa. Houve um total de 10 resultados negativos, 5 deles com material não representativo. Sem complicações relacionadas ao procedimento.  CONCLUSÕES. Na coorte apresentada, o EUS−B foi indicado pela localização do sítio de biópsia em mais de 50% dos casos. Além disso, cerca de um terço dos pacientes apresentavam condição respiratória limítrofe, e somente através do EUS−B, chegou−se ao diagnóstico final. Dessa forma, o EUS−B mostra−se como um relevante método diagnóstico adicional da endoscopia respiratória para abordagem das lesões mediastinais em situações específicas.

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Publicado

2025-11-12

Como Citar

Soares Pereira Akil, L. G., Welisson Marques de Araújo, A., Wilbert Baisch, C., Szklo, A., de Carvalho Beth, M., Simões da Motta Telles Ribeiro, M. C., … Steinhauser Motta, J. P. (2025). USO DA ECOBRONCOSCOPIA POR VIA ESOFÁGICA (EUS−B) NA ABORDAGEM DE LESÕES MEDIASTINAIS. Revista Pulmão, 33(3), 1. Recuperado de https://www.revistapulmaorj.sopterj.com.br/index.php/ojs/article/view/107

Edição

Seção

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