MODIFICAÇÕES DA REABILITAÇÃO DOMICILIAR SOBRE A FUNÇÃO PULMONAR, A CAPACIDADE FUNCIONAL E A FORÇA MUSCULAR PERIFÉRICA EM PESSOAS COM DOENÇA PULMONAR PÓS-TUBERCULOSE
Palavras-chave:
Doença Pulmonar Pós-Tuberculose, Capacidade funciona, Função pulmonarResumo
Introdução: A doença pulmonar pós-tuberculose (DPPTB) é pouco compreendida, especialmente em países de média e baixa renda. Causa alterações estruturais nos pulmões, como bronquiectasias, cavidades e espessamento pleural. Essas lesões afetam a função pulmonar, com modificações na elasticidade pulmonar, na troca de gases, nos volumes respiratórios e fluxo aéreo, prejudicando a capacidade funcional, dificultando as atividades diárias e reduzindo a qualidade de vida. Objetivos: Analisar os efeitos de um programa de reabilitação domiciliar orientada por fisioterapeuta (PRDOF), com duração de 12 semanas sobre a função pulmonar, a capacidade funcional e a força periférica de pessoas com DPPTB. Método: Trata-se de um estudo longitudinal conduzido com indivíduos diagnosticados com DPPTB, acompanhados no Ambulatório de Pneumologia da Policlínica Universitária Piquet Carneiro. A avaliação inicial incluiu espirometria, teste de AVD-Glittre (TGlittre) e força muscular periférica (handgrip). Em seguida, os participantes foram submetidos a um PRDOF, com duração de 12 semanas, composto por sessões semanais de 60 minutos com exercícios de força, resistência aeróbica e flexibilidade, realizadas três vezes por semana. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do Hospital Universitário Pedro Ernesto sob o número CAAE: 52759521.2.0000.5259 e registrado no Clinical Trials sob o número NCT06127641. Resultados: A amostra foi composta por 26 participantes, sendo 8 homens (30,8%) e 18 mulheres (69,2%), com idade média de 51,4 ± 13,1 anos e tempo médio desde o diagnóstico de 7,6 ± 11,6 anos. O índice de massa corporal (IMC) médio foi de 22,3 ± 3,9 kg/m². Na espirometria, 9 participantes (34,6%) apresentaram distúrbio ventilatório obstrutivo, 6 (23,1%) restritivo e 11 (42,3%) tiveram laudo normal. No TGlittre, o tempo médio gasto foi de 4,13 ± 0,73 min na avaliação e 3,15 ± 0,78 min na reavaliação. O handgrip apresentou média de 30,2 ± 10,1 kgf na avaliação e 30,4 ± 9,6 kgf na reavaliação, sendo inferior aqueles previstos por Reis. A relação VEF₁/CVF foi de 73,2 ± 13,4 na avaliação e 76,9 ± 13,9 na reavaliação. Nos parâmetros espirométricos, a CVF% predito foi de 79,2 ± 19,9 na avaliação e 79 ± 18 na reavaliação; o VEF₁% predito teve valores de 74,1 ± 24,5 na avaliação e 74,5 ± 24,1 na reavaliação; e o FEF₂₅-₇₅% predito apresentou médias de 71,5 ± 42,6 na avaliação e 77,3 ± 44,8 na reavaliação. Conclusão: Os resultados mostram que, na avaliação inicial, o tempo do TGlittre foi inferior ao previsto pelo modelo de Reis, enquanto na reavaliação aproximou-se dos valores de referência. A FPM manual manteve-se estável entre os dois momentos. Os parâmetros espirométricos apresentaram valores semelhantes, sem diferenças significativas. O estudo encontra-se em andamento, com perspectiva de ampliação da amostra para obtenção de resultados mais robustos.


