PERFIL DE PACIENTES PORTADORES DE ASMA GRAVE EOSINOFÍLICA EM USO DE ANTI-IL5
EXPERIÊNCIA DE UM CENTRO DE ASMA GRAVE DE UM HOSPITAL TERCIÁRIO NO RIO DE JANEIRO (RJ)
Palavras-chave:
asma grave, biomarcadores, imunobiologicoResumo
Introdução: A Asma Grave (AG) é uma doença crônica, heterogênea e complexa, com fenótipo predominante eosinofílico. A interleucina-5 é a citocina mais específica na linhagem dos eosinófilos e responsável pela sua proliferação e sobrevivência nos pulmões. Objetivos: O objetivo principal estudo é avaliar a resposta clínica e funcional de pacientes com AG eosinofílica em uso de anti-IL5 e medicação inalatória otimizada (LABA + ICS) em um centro de referência de um Hospital Universitário terciário no Rio de Janeiro (RJ). Entre os objetivos secundários do trabalho inclui-se a descrição das características clínicas, demográficas, antropométricas e funcionais. Métodos: Estudo transversal que incluiu 24 pacientes com AG eosinofílica em uso de anti-IL5. Análise estatística descritiva realizada em planilha de SPSS for Windows (versão 21.0) com os seguintes dados antes e depois do início do anti-IL5: demográficos, antropométricos, comorbidades, clínicos (ACT, exacerbação e uso de corticoide oral), funcionais (VEF1) e biomarcadores (eosinófilos sérico, IgE total, IgE específicas ou Prick Test). Os resultados foram relatados como mediana e intervalo interquartil para variáveis quantitativas e número absoluto e porcentagem para variáveis qualitativas. O projeto foi encaminhado ao Comitê de Ética em Pesquisa local, aprovado com o número 40853020.9.0000.5257. Resultados: População 79.2% do sexo feminino com mediana de idade de 61,5 anos, etnia branca (45.8%), mediana de IMC 29Kg/m2 (41.7% com obesidade ≥ grau 1), predomínio de AG eosinofílica alérgica (62.5%). Entre as comorbidades avaliadas: HAS (75%), DM2 (33.3%), Rinite Alérgica (95.8%), DRGE (54.2%), Doença Psiquiátrica (37.5%), História familiar de asma (62.5%), não tabagista (62.5%). No período antes do início do imunobiológico destaca-se as seguintes medianas das variáveis quantitativas: Eosinófilo 420 células/mm³, VEF1 1.18L, ACT 8 pontos. Após o período de pelo menos 4 meses da medicação: Eosinófilo 70 células/mm³, VEF1 1.24L, ACT 15 pontos. A mediana do tempo de uso do anti-IL5 foi 17.5 meses. Houve melhora da pontuação do ACT em mais de 50% dos paciente, 33.33% destes com ACT ≥20 pontos. Destaca-se que 54.17% não exacerbaram ou usaram corticoide oral nos últimos 6 meses e 62.5% mantiveram o VEF1 estável ou apresentaram ganho de ≥100ml do VEF1 (16.66%) após início do uso do imunobiológico. Conclusão: Conclui-se que o uso do anti-IL5 trouxe uma resposta clínica importante nesta população com melhora do controle da asma avaliado pelo ACT, queda das exacerbações e menor dependência do corticoide oral, além de estabilidade funcional. A população estudada foi composta majoritariamente por mulheres de meia-idade com sobrepeso, em concordância com a literatura científica atual. Os achados reforçam a importância do tratamento personalizado com imunobiológico nestes pacientes com AG eosinofílica.


