ANÁLISE DAS VARIAÇÕES NO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO, FATORES DE RISCO, TIPOS HISTOLÓGICOS, ESTADIAMENTO E DESFECHOS CLÍNICOS DOS PACIENTES DO AMBULATÓRIO DE ONCOPNEUMOLOGIA NO HUCFF EM 3 ANOS

Autores

  • Maria Clara Carlos Nunes UFRJ
  • Isabela Gaudêncio Santos UFRJ
  • Carolina Araujo Januário da Silva UFRJ
  • Paula Werneck UFRJ
  • Eloá Pereira Brabo UFRJ
  • Alexandre Pinto Cardoso UFRJ
  • Luiz Paulo Pinheiro Loivos UFRJ

Palavras-chave:

Câncer de pulmão, Perfil epidemiológico, Tabagismo

Resumo

INTRODUÇÃO: O câncer de pulmão é uma doença comum e letal, sendo o segundo tipo de câncer mais comum e o mais mortal no mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde. [1] Sem considerar os tumores de pele não melanoma, os cânceres de traqueia, brônquio e pulmão ocupam a quarta posição entre os tipos de câncer mais frequentes no Brasil. [2] O tabagismo e a exposição passiva ao fumo são responsáveis por cerca de 85% dos casos, somando-se a fatores ocupacionais, ambientais, poluição, radiações e combustão de diesel, que podem agir de forma sinérgica ao tabaco. [3] O estadiamento do câncer de pulmão pode ser realizado por métodos não invasivos, como a tomografia computadorizada e o PET scan, ou por técnicas invasivas, como a mediastinoscopia, a broncoscopia e a biópsia percutânea. [4] Com ênfase na conduta terapêutica, apesar do prognóstico reservado, recentemente houve uma mudança de paradigma com a consolidação da imunoterapia e das terapias-alvo como pilares fundamentais do tratamento no câncer de pulmão. [5]  OBJETIVOS: Objetivamos analisar a evolução do perfil epidemiológico dos pacientes com câncer de pulmão diagnosticados e tratados nos anos não consecutivos de 2017, 2019 e 2023 no ambulatório de Oncopneumologia do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), considerando sexo, tipo histológico, método diagnóstico, estadiamento, tratamento inicial, ocorrência de óbito e dados relacionados ao tabagismo, como carga tabágica em maços/ano e tempo de abstinência, além do cálculo da sobrevida no período estudado.  MÉTODOS: Foram analisados os dados de pacientes atendidos no ambulatório de Oncopneumologia do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho nos anos de 2017, 2019 e 2023. As informações foram obtidas por meio do sistema eletrônico do hospital (ProntHU), complementadas pela consulta aos prontuários físicos e aos registros de óbito disponibilizados no site do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ).  RESULTADOS:  Foram incluídos no estudo um total de 198 pacientes atendidos nos anos de 2017 (61 pacientes), 2019 (52 pacientes) e 2023 (85 pacientes). A distribuição por sexo apresentou variações: em 2017, 54,1% eram homens; em 2019, a proporção foi igual entre homens e mulheres; e em 2023, 57,6% eram mulheres. O adenocarcinoma permaneceu a histologia mais frequente em todos os anos, representando 52,5% em 2017, 56,5% em 2019 e 49,4% em 2023, seguido pelo carcinoma escamoso e pelo carcinoma de pequenas células, este último com aumento relativo em 2023 (16,5% vs. 8,2% em 2017 e 10,9% em 2019). O principal método diagnóstico foi a broncoscopia com biópsia, responsável por 47,5% em 2017, 55,8% em 2019 e 58,8% em 2023, seguida da biópsia percutânea.O estadiamento avançado predominou em todos os anos, com maior proporção de estágio IV em 2019 (58,7%), mantendo-se elevada em 2023 (56,5%) em comparação a 2017 (41,0%). A ocorrência de óbito foi alta em 2017 (83,6%) e 2019 (82,6%) e menor em 2023 (57,1%). Quanto ao tabagismo, a carga tabágica média apresentou tendência de redução (72,3% em 2017, 65,1% em 2019 e 66,7% em 2023), enquanto o tempo médio de abstinência entre ex-fumantes aumentou ao longo do período (106,7 meses em 2017, 118,0 meses em 2019 e 123,0 meses em 2023).  CONCLUSÃO: Entre 2017 e 2023 houve feminização do perfil dos atendidos, manutenção do adenocarcinoma como histologia predominante e aumento relativo de carcinoma de pequenas células em 2023. O diagnóstico tardio persiste, com proporções de estágio IV altas sobretudo em 2019 e 2023. Observou-se menor proporção de óbitos em 2023, o que pode refletir diferenças de tempo de seguimento e mudanças terapêuticas recentes, além de possível seleção de casos. A carga tabágica média mostrou-se ligeiramente menor e o tempo de abstinência maior em 2023, sugerindo influência de políticas antitabagismo e mudança no perfil de exposição. Esses achados reforçam a necessidade de estratégias de detecção precoce e linha de cuidado integrada, com atenção às di

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Publicado

2025-11-12

Como Citar

Carlos Nunes, M. C., Gaudêncio Santos, I., Araujo Januário da Silva, C., Werneck, P., Pereira Brabo, E., Pinto Cardoso, A., & Pinheiro Loivos, L. P. (2025). ANÁLISE DAS VARIAÇÕES NO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO, FATORES DE RISCO, TIPOS HISTOLÓGICOS, ESTADIAMENTO E DESFECHOS CLÍNICOS DOS PACIENTES DO AMBULATÓRIO DE ONCOPNEUMOLOGIA NO HUCFF EM 3 ANOS. Revista Pulmão, 33(3), 1–2. Recuperado de https://www.revistapulmaorj.sopterj.com.br/index.php/ojs/article/view/51

Edição

Seção

Suplementos PNEUMO-IN-RIO 2025