BIÓPSIA PERCUTÂNEA GUIADA POR ULTRASSONOGRAFIA COMO MÉTODO DIAGNÓSTICO EM PNEUMOLOGIA INTERVENCIONISTA
EXPERIÊNCIA DO IDT/UFRJ
Palavras-chave:
Câncer de pulmão, Tru-cut, Core biopsy, UltrassomResumo
Introdução: A biópsia percutânea com agulha de Tru-Cut (BPATC) é um procedimento minimamente invasivo utilizado para obter amostras histopatológicas na investigação de alterações suspeitas para malignidade, como nódulos ou massas. Esse exame é amplamente utilizado em diversas especialidades médicas e na pneumologia é ferramenta útil no diagnóstico de lesões pulmonares periféricas, além de possibilitar o acesso a demais estruturas como linfonodos e massas mediastinais. Objetivos: Avaliar o rendimento diagnóstico das BPATC guiadas por ultrassom (USG) realizadas no Serviço de Broncoscopia do Instituto de Doenças do Tórax (IDT) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Métodos: Estudo observacional descritivo transversal com avaliação retrospectiva de dados do IDT/Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), a partir dos exames realizados entre setembro de 2020 e julho de 2025 no IDT-UFRJ. Os pacientes foram encaminhados pelo sistema de regulação (SISREG) ou por ambulatórios do HUCFF. Durante a avaliação, foi considerada a condição clínica dos pacientes e acometimento de estruturas periféricas ao exame físico ou exame de imagem. A BPATC foi selecionada em pacientes que não tinham condições clínicas para fazer uma broncoscopia e/ou se houvesse lesões ao USG acessíveis por punção percutânea. Todos os procedimentos foram realizados por pneumologistas intervencionistas ou residentes sob supervisão, com uso de anestesia local e visualização direta sob USG. Resultados: Foram realizados 50 procedimentos no período avaliado. 37 pacientes (74%) foram encaminhados via SISREG e a população total teve uma média de 62,64 anos. A indicação mais frequente do exame foi a condição clínica dos pacientes, justificando 22 biópsias (44%). As amostras foram representativas em 48 (96%) dos casos, e o diagnóstico foi estabelecido em 46 (92%) ocasiões. Os principais diagnósticos foram: Adenocarcinoma (38%), carcinoma escamoso (16%) e linfoma (8%). Também houve um caso de tuberculose, plasmocitoma, carcinoma neuroendócrino, carcinoma de grandes células e sinoviossarcoma. Três amostras (6%), tratavam-se de metástases de outras neoplasias. Não houve registros de complicações como hemotórax ou pneumotórax nos exames realizados. Conclusão: A BPATC guiada por USG pode ser uma alternativa diagnóstica eficaz e segura para pacientes com lesões periféricas ou sem condições clínicas de realizar procedimentos mais invasivos, como broncoscopia, biópsia guiada por tomografia e biópsia cirúrgica. Além disso, pode ser realizada em regime ambulatorial com suporte hospitalar e sob anestesia local, o que possivelmente reduz os custos em relação aos outros métodos diagnósticos. Tais características devem servir para estimular a difusão do método como estratégia no diagnóstico e estadiamento de neoplasias pulmonares.


