PNEUMONITE PÓS SBRT PARA CÂNCER DE PULMÃO NÃO PEQUENAS CÉLULAS ESTÁDIO INICIAL

EXPERIÊNCIA DO INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER (INCA)

Autores

  • Andreia Salarini Monteiro Instituto Nacional do Câncer (INCA)
  • Bianca Peixoto Instituto Nacional do Câncer (INCA)
  • Márcia Nogueira Carreira Instituto Nacional do Câncer (INCA)
  • Gustavo Santiago Melhim Gattás Instituto Nacional do Câncer (INCA)
  • Fernando Vannucci Instituto Nacional do Câncer (INCA)
  • Aureliano Mota Cavalcanti de Sousa Instituto Nacional do Câncer (INCA)
  • Gabriel Baptista Lucena Instituto Nacional do Câncer (INCA)
  • Claudia Regina Scaramello Hadlich Willis Fernandez Instituto Nacional do Câncer (INCA)

Palavras-chave:

Câncer de pulmão, radioterapia, SBRT

Resumo

Introdução Radioterapia estereotáxica corporal (SBRT) tornou-se o tratamento padrão para pacientes com carcinoma de pulmão não pequenas células (CPNPC) estádio inicial inoperáveis ou que recusam cirurgia. A técnica oferece elevadas taxas de controle local e sobrevida global. No entanto, lesões pulmonares induzidas por radiação, incluindo pneumonite e fibrose, permanecem como complicações clínicas relevantes. A incidência de pneumonite sintomática (grau ≥ 2) varia de 5% a 15%, sendo influenciada por fatores como dose média pulmonar (MLD), volumes irradiados (V5–V20), localização tumoral e presença de comorbidades respiratórias. Objetivo Descrever o perfil clínico, características de tratamento e toxicidade pulmonar sintomática induzida pela radiação (grau > 1) em pacientes com CPNPC estádio inicial tratados com SBRT no Instituto Nacional de Câncer (INCA).  Métodos Estudo retrospectivo, observacional, incluindo pacientes com NSCLC estádio inicial submetidos à SBRT entre janeiro/2023 e dezembro/2024. Foram coletadas variáveis demográficas, clínicas, funcionais, histológicas, tumorais, dados de tratamento e ocorrência de pneumonite sintomática (grau > 1).   Resultados Foram avaliados 19 pacientes, 68,4% do sexo feminino, mediana de idade de 69 anos. História de tabagismo em 84,2%, com carga tabágica mediana de 45 maços/ano. 68,4% possuíam doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e 5,3% doença autoimune. O VEF1 mediano foi de 1,34 L (54,75% do previsto). A histologia predominante foi adenocarcinoma (63,2%). As lesões eram periféricas em 57,9% e centrais em 42,1%, com tamanho mediano de 2,4 cm. O regime mais utilizado foi 54 Gy em 3 frações. Pneumonite sintomática ocorreu em 2 pacientes (10,5%), ambos com DPOC, com tumores de 2 e 4 cm. Discussão A incidência de pneumonite sintomática está alinhada às séries contemporâneas (≈ 9–15%) e inferior às taxas relatadas para tumores centrais. Todos os casos ocorreram em pacientes com DPOC, reforçando seu papel como fator de risco. A predominância de tumores periféricos, fracionamento moderado e ausência de doença pulmonar intersticial podem ter contribuído para a baixa taxa observada. Limitações incluem amostra reduzida, desenho retrospectivo e ausência de análise detalhada de parâmetros dosimétricos do tratamento, que poderiam elucidar fatores adicionais de risco.  Na experiência do INCA, a SBRT para CPNPC estádio inicial demonstrou baixa incidência de pneumonite sintomática, confirmando sua segurança em prática clínica. A otimização dos parâmetros dosimétricos e a vigilância clínica contínua são essenciais para mitigar riscos, especialmente em pacientes com DPOC.  Palavras-chave: SBRT; câncer de pulmão não pequenas células; pneumonite por radiação; toxicidade pulmonar; radioterapia estereotáxica corporal.

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Publicado

2025-11-12

Como Citar

Salarini Monteiro, A., Peixoto, B., Nogueira Carreira, M., Santiago Melhim Gattás, G., Vannucci, F., Mota Cavalcanti de Sousa, A., … Scaramello Hadlich Willis Fernandez, C. R. (2025). PNEUMONITE PÓS SBRT PARA CÂNCER DE PULMÃO NÃO PEQUENAS CÉLULAS ESTÁDIO INICIAL: EXPERIÊNCIA DO INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER (INCA). Revista Pulmão, 33(3), 1. Recuperado de https://www.revistapulmaorj.sopterj.com.br/index.php/ojs/article/view/56

Edição

Seção

Suplementos PNEUMO-IN-RIO 2025