QUAL VARIÁVEL DIAFRAGMÁTICA MELHOR SE CORRELACIONA COM O TESTE DE CAMINHADA DE SEIS MINUTOS EM PACIENTES COM ANEMIA FALCIFORME?

Authors

  • Eduardo Ferreira Ayub Santos Universidade Federal Fluminense - UFF
  • Carolina Moscatel Corrêa Universidade Federal Fluminense - UFF
  • Bianca Alves de Oliveira Universidade Federal Fluminense - UFF
  • Anderson Paulino de Araújo Universidade Federal Fluminense - UFF
  • Guilherme Wataru Gomes Universidade Federal Fluminense - UFF
  • Daniel Richard Mercante Universidade Federal Fluminense - UFF
  • Jocemir Ronaldo Lugon Universidade Federal Fluminense - UFF
  • Marcos César Santos de Castro Universidade Federal Fluminense - UFF

Keywords:

anemia falciforme, ultrassonografia pulmonar, excursão diafragmática, espessamento diafragmático, teste de caminhada de 6 minutos

Abstract

INTRODUÇÃO: A ultrassonografia do tórax (US) tem se mostrado uma ferramenta diagnóstica e de seguimento promissora na avaliação de doenças pulmonares agudas e crônicas. Em pacientes com anemia falciforme, as manifestações respiratórias são frequentes, predominando a dispneia como o sintoma mais prevalente. O diafragma é o principal músculo da respiração, com diversas doenças podendo causar sua disfunção. Entretanto, geralmente é subdiagnosticada na prática clínica em virtude de sua apresentação inespecífica. A US do tórax é capaz de avaliar a mobilidade diafragmática (excursão diafragmática) e a capacidade contrátil, através da medida da fração de espessamento (FE%).  OBJETIVO: Avaliar a correlação entre variáveis diafragmáticas mensuradas pela ultrassonografia do tórax e o teste de caminhada de seis minutos em 24 pacientes com diagnóstico de anemia falciforme em atendimento no ambulatório de Pneumologia do Hospital Universitário Antônio Pedro - UFF.  MÉTODOS: Foi realizado um estudo observacional, transversal e analítico, onde foi realizada uma avaliação ultrassonográfica do tórax em 24 pacientes com diagnóstico de anemia falciforme, seguindo-se as Diretrizes e Recomendações Nacionais (SBPT), ou seja avaliação com US ultra portátil com sonda convexa e linear na região subcostal no hipocôndrio direito e face lateral direita torácica para a análise diafragmática com as mensuração das seguintes variáveis: excursão diafragmática com respiração normal, ExcNB; profunda, ExcBD; e Fração de espessamento diafragmático, FE%, espessura diafragmática na inspiração; TDI_INSP e na expiração; TDI_EXP. Para cada variável diafragmática avaliada, foi contabilizada para o estudo o maior valor após três aferições realizadas. O teste de caminhada de seis minutos (TC6m) foi realizado seguindo as recomendações da ATS. Para a análise estatística foi utilizado o software SPSS v.20.0. Este projeto foi aprovado pelo CEP/UFF (CAAE: 74130523.5.00005243).  RESULTADOS: Dos 24 pacientes avaliados, 15 (62,5%) eram do sexo feminino, com média de idade 39,88±13,16 anos, peso 57,30±15,19 kg, altura de 1,62±0,34m, IMC 20,22,80±5,36 kg/m²). A dispneia (71%) foi o sintoma respiratório mais prevalente. Para a escala de dispneia mMRC, as classificações de mMRC 1 e 2 foram as mais prevalentes (42%). Dos 24 exames ultrassonográficos, foram encontrados para ExcNB: 2,20±0,70cm, ExcBD: 4,51±1,04cm, TDI_INSP: 0,36±0,08cm, TDI_EXP:0,19±0,06cm e FE 88,00±31,85%. Disfunção diafragmática e movimento diafragmático paradoxal não foram observados nesta amostra. Para o teste de caminhada de seis minutos foram encontrados os seguintes resultados TC6m 377,54±108,05 metros e para TC6m%, 74,77±41,88%. Não ocorreu correlação com significância estatística entre o TC6m em metros para ExcNB (r=0,103; p=0,631), ExcBD (r=-0,357; p=0,087), TDI_INSP (r=-0,284; p=0,179), TDI_EXP (r=-0,121; p=0,575) e FE% (r=-0,188; p=0,378). Também não ocorreu correlação com significância estatística entre o TC6m percentual do previsto para ExcNB (r=-0,177; p=0,585), ExcBD (r=-0,307; p=0,144), TDI_INSP (r=0,156; p=0,465), TDI_EXP (r=0,357; p=0,087) e FE% (r=-0,387; p=0,062).  CONCLUSÕES: Neste estudo, não ocorreu qualquer correlação com significância estatística entre o teste de caminhada e as variáveis diafragmáticas avaliadas, talvez pelo número restrito de pacientes avaliados. É importante salientar também que a dispneia em pacientes com anemia falciforme têm uma origem multifatorial, principalmente em pacientes com anemia, alterações parenquimatosas pulmonares e presença de hipertensão pulmonar.

Published

2025-11-12

How to Cite

Ferreira Ayub Santos, E., Moscatel Corrêa, C., Alves de Oliveira, B., Paulino de Araújo, A., Wataru Gomes, G., Richard Mercante, D., … Santos de Castro, M. C. (2025). QUAL VARIÁVEL DIAFRAGMÁTICA MELHOR SE CORRELACIONA COM O TESTE DE CAMINHADA DE SEIS MINUTOS EM PACIENTES COM ANEMIA FALCIFORME?. Revista Pulmão, 33(3), 1–2. Retrieved from https://www.revistapulmaorj.sopterj.com.br/index.php/ojs/article/view/160

Issue

Section

Suplementos PNEUMO-IN-RIO 2025