EXACERBAÇÃO CÍCLICA DA ASMA EM MULHERES
PERFIL DA ASMA PERIMENSTRUAL
Keywords:
ciclo menstrual, asma, exacerbação, inflamação th2Abstract
Introdução: A asma perimenstrual (AMP), também conhecida como asma pré-menstrual ou asma catamenial, é uma variante da asma caracterizada pelo agravamento dos sintomas na fase lútea do ciclo menstrual, especialmente nos dias que antecedem a menstruação. De acordo com o Saint Luke's Health System, Kansas City, aproximadamente 3 em cada 10 mulheres com asma podem experimentar AMP. Cerca de 30-40% das mulheres asmáticas em idade fértil apresentam piora dos sintomas respiratórios nesse período, incluindo aumento da dispneia, sibilos e redução dos valores de pico de fluxo expiratório. Mulheres com AMP também apresentam maior prevalência de sintomas relacionados à síndrome pré-menstrual, como tensão abdominal e mamária, além de sensação de edema. A AMP associa-se a maior gravidade da doença, índice de massa corporal elevado, duração prolongada da asma e maior risco de asma exacerbada por aspirina, além de controle difícil da doença e redução da qualidade de vida. Objetivo: Revisar as características clínicas, fisiopatológicas, imunológicas e terapêuticas da AMP, destacando suas implicações para o controle da doença, prevenção de exacerbações e qualidade de vida. Métodos: Foram avaliadas mulheres asmáticas em idade fértil durante um período de acompanhamento de um ciclo menstrual. Foram coletados dados sobre sintomas respiratórios, pico de fluxo expiratório, exacerbações agudas, uso de medicações e presença de sintomas pré-menstruais (tensão abdominal, edema, alterações de humor). O perfil hormonal. Resultados: Pacientes com AMP apresentam controle difícil da asma e maior frequência de exacerbações agudas, muitas vezes requerendo atendimento de urgência. Flutuações hormonais, principalmente a queda de progesterona e estrogênio, aumentam a reatividade das vias aéreas e favorecem processos inflamatórios. Além disso, a exacerbação da asma está associada a sintomas psiquiátricos e edematosos do período pré-menstrual, sugerindo interação entre fatores hormonais e imunológicos. Evidências indicam resposta imunológica Th2 acentuada, com aumento de IL-4 e eotaxina na fase lútea e amplificação da inflamação por ativação de ILC2. O manejo deve incluir monitorização rigorosa dos sintomas e do pico de fluxo, ajuste da terapia anti-inflamatória, uso otimizado de corticosteroides inalados e broncodilatadores de longa ação, sempre individualizando o tratamento conforme gravidade e padrão de sintomas. Conclusão: A AMP é uma forma cíclica e reconhecida de asma feminina, influenciada por variações hormonais, associada a maior gravidade, dificuldade de controle e redução da qualidade de vida. Sua associação com sintomas típicos da síndrome pré-menstrual reforça a necessidade de abordagem clínica integrada e baseada em evidências, incluindo monitorização contínua e estratégias terapêuticas individualizadas para prevenção de exacerbações e melhora do bem-estar da paciente.


